ESPOROTRICOSE E MÉTODOS DIAGNÓSTICOS: RELATO DE CASO E REVISÃO INTEGRATIVA

SPOROTRICOSE AND DIAGNOSTIC METHODS: CASE REPORT AND INTEGRATIVE REVIEW

Abstract

Esporotricose é causada por inoculação traumática do fungo Sporothrix schenckii e outros fungos do gênero Sporothrix. No ser humano, a pele é o órgão mais acometido. No Brasil, é a micose subcutânea mais frequente e  constitui-se em uma epidemia urbana de transmissão zoonótica felina . O contato das crianças com esses animais tem aumentado o número de casos nessa população, sendo as lesões em face muitas prevalentes. O presente estudo tem por objetivo descrever o caso de uma criança com diagnóstico clínico da micose e realizar uma revisão integrativa da literatura sobre o tema. Para elaboração desse trabalho, seguiu-se os aspectos éticos do estudo de caso conforme a Resolução Nº 266/2012 e Resolução do Código de Ética dos Profissionais de Medicina. Relatou-se o caso de paciente feminina, 9 anos, com quadro nódulo em face, não responsivo à antibioticoterapia e que evoluiu para uma goma. Tinha um gato doméstico com ferida em região retroauricular. O estudo micológico direto e cultura para fungos foi negativo.  O histopatológico de fragmento cutâneo foi sugestivo de esporotricose. Após tratamento com iodeto de potássio, manifestou boa resposta.  Foi realizada uma busca nas bases de dados Pubmed e Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os unitermos, “sporotrichosis cutaneous and mycology” e “esporotricose e micologia”, respectivamente, sem restrição de ano, tipo de estudo ou língua de publicação. Utilizou-se como critério de exclusão os artigos que não trouxessem estudos com humanos. Foram encontrados inicialmente 51 estudos, restando, após a aplicação do critério de exclusão, 12 artigos. Realizou-se a leitura dos resumos e conclusões dos artigos selecionados. respondeu de forma satisfatória ao tratamento com iodeto de potássio,que continua sendo uma opção terapêutica eficaz e de fácil administração na infância. Apesar de diversos métodos laboratoriais,  o isolamento do fungo por cultura permanece sendo o padrão ouro para diagnótico da esporotricose. As limitações inerentes aos métodos diagnósticos não devem, no entanto, atrasar o início do tratamento diante de quadro clínico e epidemiológico sugestivos da doença, no intuito de evitar complicações e cicatrizes inestéticas.